quinta-feira, 14 de julho de 2011

A verdade revelada


Eu acordei com o som de passos e vozes, vi escravas entrarem e trazendo comida e bebida.  O tal pasha resovia vir ter comigo. Não acreditei quando ouvi aquela voz que eu tanto conhecia. * Quem foi o idiota que a prendeu ai?* levantei os olhos para ter a confirmação e encontrei seus olhos. O rosto que foi aos poucos sendo revelado pelo turbante e pela mascara que eram retirados. * Ivar....* ele tapou minha boca impedindo meu grito de supresa. Eu tinha encontrado meu filho e ele estava vivo. Lagrimas correram pelos meu olhos e ele as secou uma a uma com seus beijos. Não poderia descrever a imensa felicidade que se apossou de mim. Aos poucos conforme o inebriar do momento se dissipava, as palavras dele me explicando tudo o que tinha acontecido , a realidade vinha batendo a porta. Ele tinha feito o pai prisioneiro e colocado um colar em Draco.  Tudo bem que ele dizia que era necessário e que não tinha outro jeito, mas eu conhecia meu companheiro, ele não perdoaria. * tem que libertar o seu pai, entende filho? Tem que liberta-lo e agora.* quanto mais tempo Draco ficasse preso, maior a humilhação e menores as chances de ele entender alguma coisa.  Quis saber da irmã e para minha alegria ela foi ter conosco. Vestida em haik negro quase não a reconheci. Me contou que ela mesma tinha cuidado dos pais e dos homens. Como mãe , eu queria levar os dois comigos naquela hora, debaixo de minhas asas, para a segurança de nossa casa. Ouvir que seu filho não pode ser seu filho ali, é um tapa no rosto de toda mãe. Por fim, Ivar concordou e Draco foi trazido. A alegria do momento se transformou em ira .  Ele avançou para cima de Ivar sem que eu ou Thassia conseguíssemos impedir. Esbofeteou e atirou meu menino longe. Nada que Ivar ou nós dissemos acalmava a fúria dele.  Ivar mudar de nome foi como um insulto a ele, expor a irmã a aquele risco, inadimissivel. Ele também exigiu que o menino voltasse para tsiq jula, com a promessa que o açoitaria ate que aprendesse a virar um homem honrado. Mas Ivar é como o pai. Quando enfia algo na cabeça, nada o faz mudar de idéia e seu muda, jamais admite que estava errado. Ele disse não , e para Draco aquilo era a gota d’agua.  Era o ragnarok dentro da minha familia. O caos. Vi tudo se desmoronar. Draco renegou o próprio filho, retirando dele o nome e tudo o que ele era ou significava . Proibiu –me de chama-lo de filho ou sequer mencionar o seu nome. Eu estava proibida de ver ou ter noticias do meu menino. Cai de joelhos ali mesma , implorando para que ele não tirasse o menino de mim. Eu tinha pensado que o havia perdido e quando o encontrei, o vi sendo arrancado de mim novamente. Nada demoveu o coração de meu companheiro e ele avisou que partia de volta para casa, levando a mim e Thassia.  Como as tragédias se desenvolvem como ondas que surgem mansas e pequenas ate adiquirirem um tamanho descomunal e arrasarem tudo por onde passam, eu vi meu filho tirar a espada para o pai e o desafiar  pelo direito de ter a Irma e a mãe com ele. Eu não pensei, agi com o coração de mãe. Não ia deixar o sangue de nenhum deles ser derramado e entrei na frente de DRaco. * se vai usar essa espada meu filho em seu pai, é melhor usar em mim primeiro.* eu preferi abrir mão, do que ver um dos dois homens que mais amo , morto pela mão um do outro.  O olhar do meu filho para mim me feriu como uma adaga . Senti sua dor. Sempre entendi os motivos que o levaram a traçar esse caminho, sempre soube da dor que ele trazia e sei que ele não perdou por ter escolhido o pai e não ele. Mas tem coisas que fazemos que não tem volta e aquela foi uma delas. Ele nos permitiu partir, com o coração carregado de magoa. * Eu vou te matar Draco de Tsiqjula, por tudo que tirou de mim* foi a ultima frase que ele disse ao pai antes de sair e pelos deuses, eu podia ouvir seu choro trazido pelo vento, num sussurro que so uma mãe consegue ouvir. Foi assim que partimos dela. Draco tranzendo a mim e Thassia de volta para casa. Ainda vejo o olhar do meu filho para mim, um misto de dor e decepção. Ora aos deuse no circulo todos os dias por ele. Para que o mantenham a salvo, para que cuidem do meu menino já que eu não posso mais faze-lo.
Kalandra de Tsiq- Jula

Nenhum comentário:

Postar um comentário